Foi aqui em plena baixa do Porto, cidade modelo de empreendedorismo desde tempos remotos, que em 1903 Adriano Teles, antigo farmacêutico emigrado em Minas Gerais , no Brasil, fundou A Brasileira com o objetivo de criar e difundir uma marca própria de café.
A inauguração de A Brasileira na rua Sá da Bandeira foi um acontecimento sem precedentes. As suas salas depressa se transformaram-se em locais de tertúlias culturais - as mais animadas da baixa portuense! Nas décadas de 50 e 60 aqui se reunia a nata dos literatos, jornalistas, políticos e gente do teatro.
Muitos são os mitos e as lendas misteriosas sobre a origem deste fruto tão apreciado. Proveniente do árabe qahwah e, frequentemente associado...
ExpandirMuitos são os mitos e as lendas misteriosas sobre a origem deste fruto tão apreciado. Proveniente do árabe qahwah e, frequentemente associado ao Kaffa, os etimologistas acreditam que o café é nativo da Etiópia. O mito mais disseminado mundialmente remonta ao ano 600 A.C e conta a história do pastor Kaldi e do seu rebanho de cabras. Reza a lenda que, enquanto guardava as cabras nos campos de um mosteiro, Kaldi começou a estranhar a agitação do rebanho ao ingerir umas cerejas vermelhas de um arbusto silvestre. Curioso, o pastor decidiu provar o fruto desconhecido, que passou a ser o mais apetecido pelos monges. A partir desse momento, esta “mistura de cerejas” passou a ser fervida e o seu líquido usado como elemento que mantinha os monges acordados por muito tempo, durante as longas horas de oração.
O cultivo comercial do café começou a ser realizado cedo, apesar dos primeiros relatos só aparecerem no século XV. As primeiras casas de café foram abertas em Meca, mas esta bebida revitalizante acabou por se popularizar por toda a população árabe. Acredita-se que tal movimento se deveu ao facto de os muçulmanos não poderem ingerir álcool, tendo encontrado no café um substituto revigorante adequado.
O grão de café vem do cafeeiro, um arbusto da família das rubiáceas que pode alcançar até 10m de altura. Com folhas longas e de forma oval, a planta caracteriza-se por possuir no mesmo ramo o fruto e cachos de flores brancas perfumadas. Apesar de crescer por todo o mundo, a planta do café apresenta um maior desenvolvimento em locais frios e húmidos, situados em altitudes mais elevadas dos trópicos e subtrópicos. A terra, o clima, a altitude e as plantas vizinhas são alguns dos fatores que afetam o sabor dos grãos, motivo pelo qual sentimos a diferença quando experienciamos o café proveniente de várias zonas diferentes. Normalmente, o cafeeiro começa a dar frutos apenas 3 a 4 anos após a sua plantação.
A história do café em Portugal remonta ao século XVIII, quando os portugueses introduziram o café no Brasil. Em 1727 fizeram a primeira plantação de café no Brasil com plantas levadas da Guiana Francesa. Portugal tornou-se rapidamente, à época, o maior produtor de café árabe do mundo. Devido às suas relações históricas com o Brasil, Timor, São Tomé e Príncipe e Angola, todos eles produtores de café verde, Portugal esteve na vanguarda da indústria do café. Como resultado, Portugal é hoje reconhecido internacionalmente entre os países com o melhor conhecimento de todos os processos de torrefação e mistura de café.
A origem do chá foi um mero acaso: reza a história que no ano 2737 a.C., o imperador chinês Shen Nung e a sua corte estariam a fazer uma pausa durante uma viagem ...
ExpandirA origem do chá foi um mero acaso: reza a história que no ano 2737 a.C., o imperador chinês Shen Nung e a sua corte estariam a fazer uma pausa durante uma viagem e, enquanto esperavam que os criados fervessem água para beber, algumas folhas de um arbusto terão caído dentro da mesma, produzindo um líquido acastanhado e perfumado que o imperador provou, gostou e rapidamente divulgou.
A partir do século XVII, a Europa começou a importar as folhas, tornando-se uma bebida muito popular, especialmente entre as classes mais abastadas na França e Países Baixos. O uso do chá na Inglaterra é atribuído a Catarina de Bragança, princesa portuguesa que casou com Carlos II da Inglaterra e pode ser situado cerca de 1660.
O chá era bebido em cafés, e o seu consumo foi crescendo, sendo bebido a qualquer hora do dia até o início do século XIX, quando a tradição chá da tarde ("five o'clock tea") foi instituída pela sétima Duquesa de Bedford em Londres.
Os portugueses foram os primeiros europeus a contactar com o chá, em 1543, quando chegaram ao Japão e foram os primeiros a cultivá-lo, em 1570. O cultivo deu-se na Ilha de São Miguel, nos Açores, em zonas de microclima como Porto Formoso e Capelas. De ressaltar que atualmente o chá produzido no arquipélago, sob as marcas Gorreana e Porto Formoso, é considerado um chá biológico. O processamento deste, desde o cuidado dos arbustos até à colheita, é o mesmo de há 250 anos. Este chá tem praticamente toda a sua produção dividida entre a região dos Açores e o Reino Unido.
O cacau é originário da bacia hidrográfica do Amazonas, tendo sido dispersado para as regiões tropicais da América Central e Norte. O cacau era ...
ExpandirO cacau é originário da bacia hidrográfica do Amazonas, tendo sido dispersado para as regiões tropicais da América Central e Norte. O cacau era muito apreciado pela civilização maia, por ser uma fruta apimentada, um alimento que deveria ser ingerido com "parcimónia e elegância" e era dado diretamente pelos deuses aos homens.
Antes de Cristóvão Colombo, era consumido apenas pelos Sacerdotes. Devido à sua importância transformou-se em moeda de troca o "Cacau" ou "Solaris". Não se fazia o cacau como é hoje conhecido, em forma de chocolate. Fazia-se uma bebida de sabor amargo - apimentado, com as sementes torradas e moídas misturadas com água, que muitas vezes acrescentava o café à bebida apimentada sagrada dos mexicanos. Segundo alguns estudiosos, atualmente, acrescenta-se a pimenta ao chocolate, para voltar ao sabor de antigamente.
Nos nossos dias, o chocolate movimenta globalmente uma economia de 60 milhões de dólares/ano, enquanto os produtores de cacau ficam apenas com 3,3% deste valor.
O cacau chegou à Europa no início do século XVI, trazido pelos conquistadores espanhóis, mas apenas no século XVII entrou nos circuitos de consumo tornando-se verdadeiramente popular. Para responder à crescente procura, estabeleceram-se plantações nas colónias francesas das Índias Ocidentais (Caraíbas) e nas colónias espanholas americanas.
No início do século XX, surgiram rumores de que o cacau proveniente de São Tomé, e utilizado na fábrica da Cadbury’s, seria produzido com recurso a escravos trazidos de Angola para aquela ilha . Em 1905, esta empresa enviou uma expedição às roças santomenses para averiguar aquela denúncia, que viria a ser confirmada com depoimentos e registos fotográficos. Perante o escândalo internacional a empresa deixou de adquirir cacau proveniente da colónia portuguesa. Embora a escravatura tenha sido oficialmente abolida, em alguns países africanos produtores de cacau ainda persiste a tragédia do trabalho infantil, usado na colheita e secagem das sementes de cacau.
Aroeira-vermelha, aroeira-pimenteira ou poivre-rose são nomes populares da espécie Schinus terebinthifolia, árvore nativa da América do Sul, da família ...
ExpandirAroeira-vermelha, aroeira-pimenteira ou poivre-rose são nomes populares da espécie Schinus terebinthifolia, árvore nativa da América do Sul, da família das Anacardiaceae. Estes "grãos” que podemos encontrar à venda são bagas secas da planta. A sua parecença com o grão da pimenta e o seu sabor apimentado são os responsáveis pelo seu nome. Também é chamada de Pimenta de Bourbon ou Pimenta Brasileira.
É uma árvore de porte médio, constituída por folhas compostas e aromáticas. Tem flores pequenas e um fruto vermelho-brilhante, aromático e adocicado. Reproduz-se por sementes ou por estacas.
Os descobridores portugueses conheceram os diversos tipos de pimenta tanto no Brasil, como no oriente, particularmente com a chegada à Índia. Existem basicamente quatro tipos de pimenta: pimenta branca, verde, vermelha e preta.
Ao tomar conhecimento das propriedades das diversas plantas, os portugueses rapidamente entraram no comércio das designadas “pimentas do reino”, sendo que as orientais cedo entraram na culinária, enquanto a pimenta vermelha, cultivada sobretudo no Brasil, é utilizada sobretudo nas indústrias farmacêuticas, cosméticas, e decorativas na culinária.
Sendo considerada uma iguaria, quer as pimentas da Índia, quer as do Brasil, foram muitas vezes utilizadas como moeda de troca nas transações comerciais de especiarias pelos navegadores portugueses.
A canela (Cinnamomum zeylanicum) é obtida por meio do tronco da caneleira, uma árvore que tem seus galhos secos separados das suas “cascas” ...
ExpandirA canela (Cinnamomum zeylanicum) é obtida por meio do tronco da caneleira, uma árvore que tem seus galhos secos separados das suas “cascas” de cor marrom-avermelhadas, muito perfumadas. Essa árvore é nativa do antigo Ceilão, atual Sri Lanka, ao sul da Índia.
Esta especiaria era um dos motivos de inúmeras embarcações seguirem para o Oriente, mais especificamente para o Ceilão, nos séculos XIV e XVI. A canela, juntamente com outras especiarias, como o cravo, a pimenta-do-reino e a noz-moscada, era utilizada como moeda de troca para pagar serviços, impostos, dívidas, acordos, obrigações religiosas, servindo ainda como dotes, heranças, reservas de capital e divisas.
Entre os séculos XIV e XVI a canela era a especiaria mais procurada na Europa, e o seu comércio era muito lucrativo. A canela, juntamente com outras especiarias, como o cravo, a pimenta-do-reino e a noz-moscada, era também utilizada como moeda de troca para pagar serviços, impostos, dívidas, acordos, obrigações religiosas, e servia até como dotes, heranças, reservas de capital e divisas.
A canela foi uma das especiarias mais importantes no período das navegações, chegando um quilograma a valer dez gramas de ouro. Considerada símbolo da sabedoria, a canela foi usada na antiguidade pelos gregos, romanos e hebreus para aromatizar o vinho, e com fins religiosos na Índia e na China.
A canela teve muita influência no desenvolvimento das grandes navegações no fim do século XV e início do século XVI, dado o valor e a procura desta especiaria na Europa. Os portugueses conquistaram o Ceilão (atual Sri Lanka) em 1505 movidos pelo interesse comercial na canela, que era o produto extrativo.
O comércio da canela era muito lucrativo, por ser a especiaria mais procurada na Europa. O monopólio deste comércio, no século XVI pertencia aos portugueses.
A espécie Pimpinela anisum é popularmente conhecida como anis ou erva-doce. É um vegetal oriundo do Oriente, mais propriamente da China ...
ExpandirA espécie Pimpinela anisum é popularmente conhecida como anis ou erva-doce. É um vegetal oriundo do Oriente, mais propriamente da China e do Vietnam. Devido ao seu alto poder medicinal, o seu cultivo e uso por egípcios, asiáticos e nativos das Ilhas Gregas data de mais de mil anos. Posteriormente, o Império Romano também se interessou pela planta e incorporou-a na sua cultura, cultivando-a no Mediterrâneo, França e Inglaterra.
Há outra espécie próxima, originada do Japão, denominada de anis-estrelado japonês, reconhecida cientificamente como altamente venenosa, imprópria para o consumo humano.
Foi introduzido na Europa no século XIX, pelo inglês ‘Lord Cavendish’ e desde esse tempo que passou a ser utilizado pelos europeus na água de cozedura de diversos frutos-do-mar, como forma de evitar qualquer tipo de envenenamento por esses alimentos. Em Portugal a planta do anis passou também a ser cultivada nos finais do século XIX, graças aos comerciante ingleses, que a trouxeram até nós.